os 16 anos, em 1935, Robério Azerêdo conseguiu o seu primeiro ofício. Era encarregado do “Curral do Concelho”. Ali eram recolhidos os animais perdidos na cidade.
De 1939 até julho de 1940, foi escrivão da polícia. O delegado era o famoso Capitão Aristides, o mesmo que esperou com oitenta homens municiados, o bandido Lampião. No mesmo ano, após estágio e curso, foi nomeado agente municipal de estatística e secretário do censo, prosseguindo trabalhando até 1946. Recebeu prêmios em dinheiro por sua eficiência no antigo DEE (Depto Estadual de Estatística) e destacou-se por sua Monografia sobre o município de Itiúba, a qual foi escolhida como a melhor da Bahia e classificada na segunda posição no País.
Até 1944, as estatísticas eram tarefas dos municípios. A partir daquela data, passaram para o âmbito federal. As Inspetorias do IBGE foram criadas, passando a dirigir as atividades das agências. Foi para uma delas, em Salvador, que Robério foi transferido, após a sua distinção, ficando ali lotado como secretário. Trabalhou com o Dr. Artur Ferreira, um dos maiores técnicos de estatística no Brasil com o qual, até hoje, se corresponde. Nessa época, passou a fazer diversas pesquisas, inclusive na área de botânica.
Foi designado, em 1950, para dirigir a agência Modelo, em Castro Alves, tendo sob a sua jurisdição doze municípios. No mesmo ano, conduziu o censo em Juazeiro e um ano após casou-se. Da união teve dois filhos: Robério Júnior e Marília. Em 1951, participou do Congresso Municipalista, representando o IBGE e em 1952, a sua Monografia sobre “Agricultores na Bacia do Rio Salitre”, foi premiada pelo Ministério do Trabalho, recebendo como incentivo cinco mil cruzeiros.
Retornou a Juazeiro em 1960 para comandar novamente outro censo. Tempos depois, entre estudos e apontamentos, tornou-se assíduo colaborador do jornal “A Tarde” de Salvador, publicando artigos sobre geografia, plantas medicinais e fatos históricos. Já estava em andamento uma pesquisa voltada para a região de Itiúba e sua história.
Na década de 60, voltou a Itiúba e elegeu-se pela primeira vez vereador. Face às circunstâncias e não havendo remuneração do cargo, sobressaiu-se como pioneiro na época, por seu combate à pobreza e tuberculose. Nesse período, nasceram os filhos Ciro e Robson. Foi também, nos anos 60, nomeado chefe do Setor Cultural do IBGE, tendo o seu trabalho “Saveiros na Bahia” elogiado pela secretaria do órgão, no Rio de Janeiro, recebendo os aplausos do Inspetor Artur Ferreira. Em outubro de 1964, casou-se pela segunda vez. Do casamento com a esposa Marieta Alves Pinto de Azerêdo, nasceram os filhos Charles, Cristóvão, Ulisses, Ramon e Lisandro. Em 1967, novamente elegeu-se vereador por Itiúba. Continuou ajudando sua Terra, contribuindo na área da cultura e saúde. Na zona rural fundou diversas escolas.
Foi um dos supervisores de sub-área no censo de 1970, em Salvador, continuando a escrever e publicando artigos em jornais. Passou também a idealizar e pesquisar profundamente sobre o município de Itiúba para o seu futuro livro, conseguindo apontamentos importantes.
Permaneceu no Setor Cultural até 1977, onde se aposentou com mais de quarenta anos de carreira pública. Em seguida, voltou-se para a literatura, publicando livros, fundando biblioteca e colaborando com o seu município.